Serpentes, gambás, morcegos, lagartos teiús e aves rapinantes. Esses são exemplos de animais da fauna silvestre do Paraná que com regularidade interagem de alguma forma com a população e acabam pagando caro por isso. É comum que órgãos ambientais como o Instituto Água e Terra (IAT) recebam animais feridos pela ação humana. Parte por desconhecimento de que o animal não causará nenhum mal. Há, porém, quem haja intencionalmente com brutalidade contra a fauna.
No começo deste mês, por exemplo, a Secretaria do Meio Ambiente de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, encaminhou para o IAT um ouriço-cacheiro (Coendou spinosus) com traumatismo craniano após ser atingido na cabeça por um objeto pontiagudo, muito provavelmente um machado. Após exames complementares e parecer veterinário, o animal precisou passar por eutanásia devido à gravidade das lesões. “É algo chocante, chorei de tristeza e de ódio naquele dia”, conta a veterinária do Instituto, Tássia Merisio.
“Os animais acabam pagando um preço muito alto por coexistirem com seres humanos. Atropelamentos propositais, agressões por pauladas, machadadas, envenenamentos e animais atingidos por balas de chumbinhos são só alguns dos casos que já recebemos no setor de Fauna do IAT. Por isso, fazemos um trabalho constante e em conjunto com a polícia para identificar e responsabilizar os agressores”, explica a veterinária.