Aventureiro nas complexas vias navegáveis da Amazônia, o biólogo marinho colombiano Fernando Trujillo iniciou sua jornada para estudar o misterioso boto-cor-de-rosa em 1987, sob a orientação do falecido e renomado oceanógrafo Jacques Cousteau.
Trujillo conheceu Cousteau em um seminário universitário em Bogotá. Quando perguntou em que deveria focar sua pesquisa, o francês lhe disse que deveria estudar os botos, que ainda não haviam sido investigados a fundo. Dois anos depois, o colombiano pegou carona em um avião de carga para iniciar sua aventura na Amazônia.
Nascido e criado em Bogotá, Trujillo chegou à vila ribeirinha de Puerto Nariño como recém-formado, com “a arrogância de um cara da universidade”, ele lembrou. Logo percebeu que precisaria da ajuda do povo indígena Tikuna para navegar pelo terreno intricado e se aproximar dos botos.
“Este é um ambiente muito agressivo, muito difícil de sobreviver,” o biólogo disse à CNN sobre a Amazônia. “Os indígenas começaram a me ensinar — a mostrar as diferentes espécies, como remar em uma canoa, como andar na floresta.”
Eventualmente, ele criou uma profunda conexão com os botos de água doce e seu entorno. Descobriu que suas populações estavam diminuindo devido à pesca excessiva, destruição de habitats, poluição e mudanças climáticas.