Os enormes peixes-bois cinza da Flórida (EUA) costumam nadar preguiçosamente com seus corpos cobertos de cracas, perto da superfície do canal protegido ao lado de Apollo Beach, na Costa do Golfo.

Ali, a água se aquece à temperatura perfeita para os peixes-bois, que não conseguem sobreviver abaixo de 20 °C.

O habitat natural dos peixes-bois são as fontes de água quente encontradas ao longo da Flórida. Ali, os mamíferos passam até oito horas por dia pastando entre as ervas marinhas.

Mas estes peixes-bois de Apollo Beach não se alimentam nestas fontes artesianas marinhas do fundo do oceano, protegidas por rocha calcária e rodeadas por árvores cobertas por barbas-de-velho. Na verdade, o que existe ali é uma grande usina produtora de eletricidade, movida a carvão, que paira sobre os animais. A usina bombeia água quente – um subproduto daquela indústria.

Esses peixes-bois se tornaram dependentes das usinas elétricas a carvão e gás. Seu local de crescimento histórico – as fontes naturais ao longo do litoral do Atlântico – foi destruído pelo desenvolvimento humano, explica a conservacionista Elizabeth Fleming, especialista em peixes-boi da organização sem fins lucrativos Defenders of Wildlife.